Rodoviária interditada obriga empresas a improvisar embarque, desembarque e atendimento em Araguari
22/09/2025
(Foto: Reprodução) Rodoviária de Araguari é interditada por risco de desabamento
O Terminal Rodoviário Tancredo de Almeida Neves, em Araguari, amanheceu com os guichês fechados e pouco movimento do lado de fora nesta segunda-feira (22). Por decreto municipal, o imóvel está interditado desde o último sábado (20). As oito empresas que operam no local tiveram 48 horas, durante o fim de semana, para retirar seus pertences.
Segundo o decreto, publicado na sexta-feira (19), a interdição foi necessária devido ao risco de desabamento do prédio, localizado na Praça Benito Felice. O dano estrutural foi constatado em um laudo elaborado por uma empresa de engenharia e pela Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paranaíba.
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Com a interdição, a Prefeitura de Araguari transferiu o atendimento e o ponto de embarque e desembarque dos ônibus para o estacionamento de uma churrascaria, ao lado de um Posto Mineirão, localizado no quilômetro 41 da BR-050, sentido Uberlândia. O local fica a cerca de sete quilômetros da rodoviária.
Nenhuma das empresas, no entanto, transferiu o serviço para o ponto indicado pela Prefeitura. Conforme apuração da TV Integração, além da distância, as empresas alegam que a churrascaria fica fora da cidade. A advogada da Expresso União, Vanusa de Melo, disse ainda que o fato de o espaço ser usado por empresas clandestinas motivou a recusa em operar no ponto.
“Nós já sofremos com o transporte clandestino. E a pessoa que compra passagem está acostumada a comprar aqui dentro da cidade. Aquela pessoa que pega um Uber para ir para a churrascaria, na BR-050, para poder comprar passagem, ela já vai direto para Uberlândia. Para nós, lá é um local de transporte de mercadoria pesada, não comporta o transporte de passageiros. Não é um local que as pessoas possam transitar e ter segurança para levar sua família, crianças pequenas. Não tem condições”, explicou.
Diante da situação, a Expresso Araguari cedeu um cômodo para que funcionários de outras empresas atendessem os clientes. A venda de passagens está sendo feita de forma improvisada no estacionamento da empresa, atrás da rodoviária.
“Nós montamos aqui, de forma provisória. Inclusive, todas as empresas estão juntas. Dá para perceber que o espaço é curto, infelizmente, mas se não fosse aqui, a gente estaria na rua”, contou o agente rodoviário da Expresso Araguari, Ricardo José Martins.
Segundo representantes das empresas, o embarque e desembarque dos ônibus continuam acontecendo em frente à rodoviária, no ponto do transporte coletivo público.
Uma reunião com representantes da secretaria de Trânsito e Transportes acontece na manhã desta segunda-feira para avaliar as demandas apontadas pelas empresas.
As empresas estão atendendo em um cômodo improvisado na Expresso Araguari
Kleyton Guilherme/TV Integração
Interdição da Rodoviária de Araguari
A possibilidade de interdição foi anunciada na sexta-feira (19). De acordo com o coordenador da Defesa Civil, tenente Lucenildo Batista Alves, a medida foi tomada para garantir segurança a trabalhadores e usuários e evitar uma “tragédia iminente”.
“Há um afastamento da viga sobre o apoio dela na coluna que, se continuar, existe o risco de cair. Com o movimento de pessoas entrando e saindo, a tragédia é iminente. O terreno, sendo arenoso, se torna perigoso para construção. Então, tem que trabalhar ele primeiramente para depois a gente passar para a reforma da edificação”, detalhou.
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A vistoria técnica foi realizada por engenheiros da Secretaria de Infraestrutura, com acompanhamento da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, e resultou em um relatório da Amvap apontando sérios problemas estruturais e risco de colapso progressivo.
Após o laudo, a Prefeitura contratou a empresa Zakon Engenharia, especializada em diagnósticos de edificações, que confirmou o comprometimento da estrutura, inclusive em pilares de sustentação, e recomendou intervenção imediata.
As análises técnicas concluíram que a estrutura apresenta processo de colapso progressivo, com deslocamentos excessivos e problemas em pilares, cobertura, fechamento e pisos. Por outro lado, o laudo não definiu por quanto tempo a edificação ainda pode resistir, o que aumenta o risco à segurança dos usuários.
A Prefeitura determinou o isolamento imediato da área comprometida e reforçou a segurança com vigilância 24 horas, além da manutenção das câmeras de monitoramento. Ainda não há prazo para início da reforma nem para a retomada das atividades no terminal.
Os passageiros estão sendo atendidos de forma improvisada
Kleyton Guilherme/TV Integração
Os funcionários das oito empresas trabalham na mesma sala
Kleyton Guilherme/TV Integração
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