Dois meses após tragédia com ônibus na MG-223, bebê nascida em parto de emergência recebe alta: ‘Aurora é o recomeço’

  • 03/06/2025
(Foto: Reprodução)
Acidente entre Araguari e Tupaciguara, no dia 8 de abril, deixou 12 mortos; Jailsa, grávida, perdeu o braço e deu à luz após parto de emergência. Aurora recebeu alta do HC-UFU nesta terça-feira (3). Bebê que sobreviveu à grave acidente na barriga da mãe recebe alta Quase dois meses após o acidente de ônibus na MG-223, entre Araguari e Tupaciguara, que matou 12 pessoas, Jailsa Alves dos Santos — que estava grávida de oito meses e era uma das passageiras do veículo — pôde, enfim, deixar o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) com a filha Aurora. A bebê nasceu após um parto de emergência no dia 8 de abril, data da tragédia. “Esse é o dia mais feliz da minha vida. Foi o dia que mais pedi para Deus na minha vida, e Ele me abençoou. Eu estou muito grata por todo mundo que cuidou de mim, que orou pela gente. E dizer que a gente conseguiu, vencemos essa batalha. Estamos indo para casa”, contou, emocionada. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Bebê Aurora recebeu alta do HC-UFU nesta terça (3) após 2 meses de internação Kleyton Guilherme/TV Integração Aurora nasceu com 1,4 kg e precisou permanecer internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, onde ficou respirando com a ajuda de aparelhos. Após o acidente, Jailsa ficou gravemente ferida e foi levada para o HC-UFU. Além do parto de emergência, ela teve o braço esquerdo amputado. Mesmo diante de tantas perdas, a mãe escolhe enxergar além da tragédia. “Ela era a minha cura, meu oxigênio. Eu passei por momentos muito difíceis, minha recuperação foi muito dolorosa. Mas quando eu chegava aqui, eu via ela, não tinha mais dor, não tinha tristeza, eu não lembrava das coisas que eu perdi. Era só eu e minha filha. Sem ela eu não sei o que seria da minha vida, eu não saberia como continuar daqui em diante se eu não tivesse ela". "Ela é minha primeira filha. Eu cheguei a achar que eu não podia ter filhos e quando eu descobri que eu estava grávida foi a melhor coisa da minha vida, apesar de um pouco de medo. Planejei tudo, cada partizinha. Planejei como seria quando ela nascesse, como seria cuidar dela. Fico triste por nesse momento não poder fazer tudo, mas Deus me dará sabedoria. Eu vou fazer com uma mão só mesmo. Eu tô aqui, minha filha tem a mãe dela", disse Jailsa. E o nome da filha não foi escolhido por acaso. Além da vida, Aurora será celebrada como um recomeço. "É o recomeço. Aurora é o recomeço. É o fim de todas as coisas ruins que aconteceram e daqui para frente serão só coisas boas. Aurora é a luz que vem antes do sol nascer, é a primeira luz que dá fim à escuridão e ela é isso para nós", finalizou a mãe. O pai de Aurora também celebrou a saída da filha do hospital. "Foi um momento de aflição, mas graças a Deus estamos indo embora com ela. Fizemos muitas orações e as duas estão saindo daqui com vida depois de tudo o que aconteceu. O estado que eu vi a Jailsa, o estado que ela chegou aqui, muito grave, passou por várias cirurgias, mas graças a Deus hoje estamos indo embora todos juntos", disse o marido de Jailsa, Guilherme Augusto de Oliveira. Jailsa Alves, mãe bebê Aurora, vítima do acidente de ônibus na MG-223 que matou 12 TV Integração/Reprodução Falta de apoio No entanto, de acordo com Guilherme, a luta da esposa e da filha foi ainda mais difícil, pois a viação Real Expresso não deu apoio à família. "Eles não estavam nos ressarcindo o valor de alimentação. Eu tenho provas. Até hoje, 57 dias depois, o único valor de ressarcimento que foi aprovado e será feito no dia seis é de R$ 111, então, isso não é nada perto do que estamos gastando aqui. Se não fossem familiares e amigos, colegas de trabalho, não sei como estaríamos nos mantendo aqui", disse o pai de Aurora. Em nota enviada à TV Integração, a Real Expresso informou que trata o caso com transparência e atenção à família e que diante do relato buscará informações sobre a situação. "A Real Expresso, empresa do Grupo Guanabara declara que tem tratado com total transparência e atenção a família impactada pelo acidente , o qual lamentamos imensamente. Mas diante desse relato que muito nos surpreende, iremos buscar as informações para que possamos sanar qualquer ruído na comunicação com a família e nossa seguradora que igualmente tem investido na reparação desse dano." O que se sabe do acidente O veículo da viação Real Expresso saiu de Anápolis (GO) por volta das 20h30 do dia 7 de abril com destino a São Paulo (SP), mas na madrugada do dia 8, o motorista perdeu o controle da direção em um trecho da rodovia conhecido por "Trevo do Queixinho", saiu da pista e o ônibus tombou. O g1 reuniu as principais informações sobre o que já se sabe sobre o acidente. Veja abaixo: Quem são as vítimas mortas no acidente? O que se sabe sobre os feridos? Qual foi a causa do acidente? Qual é a empresa responsável pelo ônibus? O ônibus estava regularizado? O que diz a Real Expresso sobre o acidente? O que diz a ANTT sobre o acidente? Houve outros acidentes graves na MG-223? Quem são as vítimas mortas no acidente? Todas as 11 vítimas do acidente foram identificadas. Entre elas estão duas crianças de 2 e 6 anos, três homens entre 40 e 69 anos, além de três mulheres entre 53 e 62 anos. Veja a lista abaixo atualizada pelo g1. Rogério Ribeiro de Queiroz - 41 anos - natural de Goiânia Elhadi Ahmed Khalifa - 69 anos - estrangeiro (Líbia) Kleyton Serra da Silva - 40 anos Sueli Dias Pereira Fernandes - 56 anos Suely Maria de Araújo - idade não informada Francini Batista Rodrigues Marcondes - idade não informada Nilda Helena de Paula - 53 anos Laura Costa de Negreiros - 6 anos Lorena Costa de Negreiros - 2 anos Maria Catarina da Silva - 62 anos - morava em Ribeirão Preto Zenilde Santana Hamada, 73 anos Laura e Lorena Costa eram irmãs e viajam com a mãe e o filho mais novo da família, um bebê de 6 meses, para visitar a avó em São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Araguari, a mulher e o bebê foram internados no Hospital Sagrada Família em Araguari e não correm risco de morte. Os corpos de três vítimas ainda seguem no Posto Médico Legal (PML) em Araguari aguardando identificação. A secretária de Saúde, Thereza Griep, informou que as equipes tiveram muita dificuldade na identificação porque alguns passageiros não constavam na lista de embarque repassada pela empresa. O que se sabe sobre os feridos? O Corpo de Bombeiros de Araguari informou que dos 36 feridos, 18 foram levados para hospitais. Os outros 18 tiveram ferimentos leves e recusaram atendimento. Pelo menos 17 passageiros foram encaminhados para a UPA de Araguari. Conforme a secretária municipal de Saúde, um ainda permanece internado na unidade. Outros cinco pacientes foram transferidos para o Hospital Sagrada Família. Para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) foram nove passageiros, com o quadro mais grave. Dentre eles, uma gestante que teve o braço amputado e ainda precisou ser submetida a uma cesariana para fazer o parto de emergência. A bebê nasceu com 1,4 kg e foi internada na UTI neonatal da unidade. Mãe e filha permanecem internadas. O marido da gestante também estava no ônibus e dormia na hora do acidente. Ele acordou com os gritos de socorro da esposa quando o veículo tombou e se arrastou pela rodovia. Qual foi a causa do acidente? As circunstâncias do acidente ainda são apuradas, mas, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), passageiros relataram que o motorista dirigia em alta velocidade, quando tentou contornar o trevo e o ônibus tombou. Um dos sobreviventes chegou a relatar que o veículo saiu com atraso de uma das paradas previstas, em Goiânia. Além disso, o motorista teria dito que "pisaria no acelerador" para compensar o tempo. O condutor foi levado para a delegacia para prestar depoimento e, em seguida, liberado. Segundo a Polícia Civil, não havia elementos para a prisão. Um inquérito policial foi aberto para investigar a causa do acidente. Qual é a empresa responsável pelo ônibus? O ônibus pertence à empresa de viação Real Expresso, do Grupo Guanabara. O ônibus estava regularizado? A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o ônibus estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros. O que diz a Real Expresso sobre o acidente? "A Real Expresso lamenta profundamente o ocorrido às 3h24 da madrugada de hoje, envolvendo um de seus veículos na MG 223 próximo a Araguari. O ônibus, que havia saído de Anápolis (GO) às 20h30 de ontem com destino a São Paulo, transportava 53 passageiros. Desde a ocorrência, nossas equipes foram mobilizadas imediatamente, incluindo profissionais especializados, para prestar apoio no local e junto a familiares. Até o momento foram confirmadas 11 vítimas fatais. Os feridos encontram-se em três hospitais locais como o Hospital da Universidade Federal de Uberlândia e UPA de Araguari ( muitos já receberam alta e outros serão em breve liberados). Os demais foram liberados no momento do atendimento local e seguiram viagem. Estamos trabalhando em estreita colaboração com as autoridades responsáveis para investigar as causas do acidente e esclarecer todos os detalhes. Nesse momento estamos concentrados no apoio às vítimas e todo suporte às suas famílias. Para familiares e pessoas que buscam mais informações sobre os passageiros, disponibilizamos nosso canal de atendimento 24 horas através do telefone 0800 728 1992, que está à disposição para fornecer todo o suporte necessário". O que diz a ANTT sobre o acidente? "A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) lamenta profundamente o acidente envolvendo um ônibus interestadual na MG-223, em Araguari (MG), nesta terça-feira (8/4), e expressa solidariedade aos familiares das vítimas. A ANTT confirma que o veículo envolvido fazia o trajeto Anápolis(GO)/São Paulo(SP) e estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros. O ônibus possuía Seguro de Responsabilidade Civil e Certificado de Segurança Veicular válidos, além de cronotacógrafo devidamente aferido e habilitado, em conformidade com a legislação vigente. A Agência, em conjunto com outros órgãos, está acompanhando a situação. A ANTT instaurou processo administrativo para monitorar o caso e fornecerá todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações". Ônibus tombou na MG-223 em Araguari em local conhecido por 'Trevo do Queixinho' G1 Houve outros acidentes graves na MG-223? A rodovia estadual MG-223 já foi palco de outros acidentes graves na região do Triângulo Mineiro. Em julho do ano passado, um tenente da PM morreu após o veículo capotar próximo a Tupaciguara. Um mês depois, uma jovem de 28 anos morreu e outras sete pessoas ficaram feridas em uma batida frontal entre dois carros, entre as cidades de Estrela do Sul e Monte Carmelo. Em 2021, um motociclista também morreu na rodovia após bater em um ônibus. Uma passageira ficou ferida no acidente. No ano seguinte, um motorista de 27 anos morreu depois de bater com um caminhão-tanque próximo a Araguari. Entre os mortos estão duas crianças de 2 e 4 anos Reprodução/TV Integração Ônibus seguia de Goiás ao estado de São Paulo Reprodução/TV Integração Equipes dos Bombeiros, Samu e PM de cidades da região se mobilizaram no atendimento às vítimas Corpo de Bombeiros/Divulgação Motorista seguia de Anápolis a SP, quando perdeu o controle em trevo próximo à cidade de Araguari (MG) PMRv/Divulgação 📲 Siga o g1 Triângulo no Instagram, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2025/06/03/dois-meses-apos-tragedia-com-onibus-na-mg-223-bebe-nascida-em-parto-de-emergencia-recebe-alta-aurora-e-o-recomeco.ghtml


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